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Professora da Ufes detalha eficácia da Coronavac, do Instituto Butantan

Segundo Ethel Maciel, a vacina garantirá menor número de hospitalizações. “Assim, a qualidade da assistência médica será muito melhor”, disse

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Ethel Maciel. Foto: Divulgação

Ethel Maciel. Foto: Divulgação

Na medida em que são publicados os anúncios sobre o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, surgem também novas dúvidas em torno do assunto. Qual o significado da eficácia de um imunizante? Porque tomar a segunda dose da vacina? Pessoas que já tiveram a doença deverão ser vacinadas? Em entrevista à rádio BandNews FM, a epidemiologista e professora da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) Ethel Maciel respondeu a esses questionamentos. De acordo com ela, o momento agora é de luta para desafogar o sistema de saúde. E para isso, a vacinação em massa deve ser iniciada.

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Nesta terça-feira (12), governo de São Paulo e o Instituto Butantan divulgaram a eficácia geral da Caronavac: 50,4%. o número está abaixo de outros imunizantes produzidos no exterior. Mas segundo Ethel, ele já é o suficiente para reduzir pela metade o número de pessoas que transmitirão o vírus pelas ruas.

“Outro dado importante é que ele reduziu em 78% a chance da pessoa imunizada precisar de ajuda especializada. Do ponto de vita de Saúde Pública isso é importantissimo”, disse a epidemiologista. De acordo com Ethel, reduzir o número de internações está ligado também à melhora do serviço. “Quem precisar de hospitalização vai terá mais qualidade de atendimento. Portanto, se reduzirmos esse número, a qualidade da assistência será muito melhor”.

Outra dúvida está associada ao número de doses que os pacientes deverão tomar. Segundo a professora, todas as vacinas aprovadas até o momento requerem duas doses do imunizante. A diferença entre eles está no intervalo das aplicações que varia de acordo com cada fabricante.

“Nesse período, é muito importante manter todos os cuidados contra a doença, como o uso de máscaras e distanciamento social. Precisamos desses cuidados para não nos infectarmos entre as doses”, ressaltou.

Ethel Maciel reforça ainda que mesmo as pessoas já contaminadas e recuperadas da covid-19, todas deverão ser imunizadas. “Quem teve a doença de forma leve, tem a memória imunológica menor, que pode durar de dois a três meses. Nesses grupos, os casos de reinfecção ocorrem em um intervalo de 90 dias. Já quem teve a doença em sua forma mais grave e precisou de hospitalização, tem uma memória imunológica maior, que pode ser superior a 8 meses. Mas a ideia é que todos se vacinem. Pela vacina, vamos controlar o tempo de imunização em todas as pessoas”.

A epidemiologista ressalta ainda que para garantir uma ampla cobertura vacinal, atingindo a imunidade coletiva, entre 70% e 80% da população deverá ser imunizada. E para afastar qualquer dúvida sobre o medicamento, a professora garante que a chance de se desenvolver efeitos colaterais é baixa. “Não chega a 20 o número de casos no mundo todo, é um sucesso em termos de segurança. Podemos ficar tranquilos”.