Dia a dia
PMs acusados de execução em Pedro Canário são denunciados por fraude
Os policias são acusados de falsificar o boletim de ocorrência do dia do crime

Um policial foi denunciado por atirar e matar um adolescente em Pedro Canário. Foto: Reprodução
Os policiais militares envolvidos na execução de um adolescente em Pedro Canário, em março deste ano, foram denunciados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por falsificação do boletim de ocorrência.
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No dia do crime, o grupo foi o responsável por fazer o documento e alegaram que o disparo foi feito após a vítima tentar sacar uma arma durante a abordagem. No entanto, as imagens de câmeras de videomonitoramento mostraram que o jovem não esboçou qualquer reação quando foi alvejado pelo policial.
Além disso, eles foram denunciados também por fraude processual, por inobservância de lei (crime militar) e por abuso de autoridade. A denúncia foi recebida pela Justiça e os policiais denunciados respondem a ação penal, que segue em tramitação.
A Promotoria de Justiça de Pedro Canário já tinha denunciado o policial militar que efetuou os disparos contra o adolescente por homicídio qualificado (por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa).
O caso atualmente tramita em segredo de Justiça decretado pelo Juízo da Comarca de Pedro Canário e o MPES segue acompanhando o processo e adotando as medidas para obter a condenação do denunciado.
O crime
Cinco policiais militares foram presos em flagrante após atirar em um adolescente de 17 anos que já estava rendido durante uma abordagem em Pedro Canário.
Na época, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, comentou que no boletim de ocorrência – gerado pelos próprios policiais – constava que as duas viaturas foram atender uma ocorrência de disputa de tráfico na região, onde criminosos estariam amedrontando a população. Três suspeitos teriam trocado tiro com os militares.
Ainda segundo a ocorrência dos militares, um dos suspeitos teria fugido, outro foi preso com um simulacro de arma de fogo e um terceiro foi preso com uma pistola .40 dentro da residência. Este último pulou o muro e é quando as imagens são captadas pela câmera de videomonitoramento que registrou a ação dos militares.
Nas imagens, é possível ver que o suspeito está com as mãos para trás – como se estivesse algemado -, quando se aproxima do militar, na sequência dá três os para trás. Após encostar no muro, o adolescente é alvejado com dois tiros pelo policial, sem ao menos reagir.
