Dia a dia
Próxima fase de vacinação no ES será para pessoas com comorbidade
Assim que finalizar a imunização das pessoas acima de 60 anos, o estado dará início ao próximo público: pessoas com comorbidades

Idoso recebe vacina contra a covid-19. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
Nas próximas semanas, assim que terminar de vacinar as pessoas da faixa etária entre 60 e 64 anos, o Espírito Santo dará início a uma nova etapa do programa de imunização contra o coronavírus que inclui o grupo mais numeroso entre aqueles considerados prioritários: 393.566 pessoas com comorbidades.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Danielle Grillo, revelou que apenas 30% do público da faixa etária entre 60 e 64 anos foi imunizado no Espírito Santo. Assim que finalizar a imunização das pessoas acima de 60 anos, o estado dará início ao próximo público: pessoas com comorbidades. O Plano Nacional de Imunização (PNI) prevê a vacinação de pessoas desse grupo com idades entre 18 e 59 anos. Ainda não se sabe se o Estado seguirá o que está previsto no protocolo. Diante disso, as pessoas que têm entre 18 e 59 anos terão de esperar o cumprimento do PNI.
> Conheça o caminho das vacinas contra a covid no Espírito Santo
A Secretaria de Estado da Saúde ressalta que a vacinação em solo capixaba segue as diretrizes do Plano Nacional de Vacinação. De acordo com o plano nacional, a priorização do grupo com comorbidades segue os critérios de exposição à infecção e de maiores riscos para agravamento e óbito pela doença.
Em paralelo à imunização das pessoas da faixa etária acima de 60 anos, o governo do Estado deu início à imunização dos profissionais da segurança pública e da educação, utilizando a reserva de contingência, ou seja, doses a mais enviadas pelo governo federal ao Espírito Santo para substituição em eventuais perdas no processo.
O Plano Estadual de Vacinação já detalhou 22 categorias de problemas crônicos de saúde (veja a lista completa abaixo) que garantem lugar à frente na fila como diabetes, complicações cardíacas, pulmonares ou obesidade mórbida, entre outros. Para comprovar essas condições, o município vai exigir documentos como laudo médico, que deve ser entregue no ato da vacinação.
As vacinas têm chegado gradualmente aos estados, que distribuem aos municípios. Ainda nesta semana, o Ministério da Saúde vai enviar uma remessa composta por 124.700 mil doses para o Espírito Santo. A Secretaria de Estado da Saúde frisou que 5% será destinada à imunização dos profissionais da educação e segurança.
Imunização no Espírito Santo
As primeiras doses de vacinas para o enfrentamento do novo coronavírus chegaram ao Espírito Santo no dia 18 de janeiro. No mesmo dia, o governo do Estado deu início à imunização de trabalhadores da saúde do Hospital Estadual Dr Jayme Santos Neves, na Serra, um dos grupos prioritários.
A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que devido à escassez de doses, o estado as tem recebido de forma gradual para os trabalhadores da saúde e os idosos por parte do Ministério da Saúde. Diante deste cenário, os municípios capixabas, junto ao governo do Estado pactuaram medidas para o escalonamento das doses a estes grupos.
Foram levados em consideração, no primeiro momento, os profissionais da linha de frente no atendimento aos casos da covid-19 e de idosos acima de 90 anos, grupo de maior letalidade pela doença. Entretanto, com a chegada de novas remessas de vacinas, e à medida que cada grupo atinja 90% de sua população imunizada, o estado amplia para outros grupos.
Até a tarde desta quinta-feira (15), o Espírito Santo já recebeu 868.920 doses de vacinas contra a covid-19. Dessas, 551.069 foram aplicadas como primeira dose e o estado já contabiliza 128.864 pessoas imunizadas com as duas doses.
22 comorbidades:
Diabetes: pessoas com diabetes mellitus
Pneumopatias crônicas graves: inclui doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos ou internação prévia por crise asmática).
Hipertensão Arterial Resistente (HAR): quando a pressão arterial permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, istradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou pressão arterial controlada com uso de quatro ou mais anti-hipertensivos.
Hipertensão arterial estágio 3: pressão arterial sistólica igual ou maior a 180 e/ou diastólica igual ou superior a 110, independentemente da presença de lesão em órgão-alvo (cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos, rins) ou comorbidade.
Hipertensão arterial estágios 1 e 2: com lesão em órgão-alvo (cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos, rins) e/ou comorbidade. Pressão sistólica entre 140 e 179 e/ou diastólica entre 90 e 109 na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade.
Insuficiência cardíaca: insuficiência com fração de ejeção (capacidade de bombeamento do coração) reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independentemente de classe funcional da New York Heart Association.
Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar: cor-pulmonale crônico (problema no ventrículo direito que resulta em distúrbio pulmonar), hipertensão pulmonar primária ou secundária.
Cardiopatia hipertensiva: hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo (cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos, rins).
Síndromes coronarianas: síndromes crônicas como Angina Pectoris (estreitamento das artérias que levam sangue ao coração) estável, cardiopatia isquêmica, pós-infarto agudo do miocárdio, entre outras.
Valvopatias: lesões de válvula cardíaca com repercussão na circulação do sangue, sintomática ou com comprometimento miocárdico.
Miocardiopatias e pericardiopatias: de quaisquer causas ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática.
Doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas: aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos.
Arritmias cardíacas: com relevância clínica e/ou cardiopatia associada.
Cardiopatia congênita no adulto: com repercussão na circulação do sangue, crises hipoxêmicas (pouco oxigenação), insuficiência cardíaca, arritmias, comprometimento miocárdico.
Próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados: portadores de próteses de válvula biológicas ou mecânicas; dispositivos cardíacos implantados (marcao, cardiodesfibrilador, ressincronizador, assistência circulatória de média ou longa permanência).
Doença cerebrovascular: acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular.
Doença renal crônica: estágio 3 ou mais e/ou síndrome nefrótica (conjunto de sinais que caracterizam uma doença renal e evolução crônica).
Imunossuprimidos: transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente superior a 10 mg ao dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses; neoplasias hematológicas.
Anemia falciforme: todas as pessoas com a doença.
Obesidade mórbida: índice de massa corpórea (IMC) igual ou superior a 40.
Síndrome de down: trissomia do cromossomo 21.
Cirrose hepática: Child-Pugh (tipo de escore de classificação) A, B ou C.
Públicos prioritários
– Pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas
– Pessoas com deficiência institucionalizadas
– Povos indígenas vivendo em terras indígenas
– Trabalhadores da área da saúde
– Pessoas de 90 anos ou mais
– Pessoas de 85 a 89 anos
– Pessoas de 80 a 84 anos
– Pessoas de 75 a 79 anos
– Povos e comunidades tradicionais Ribeirinhas
– Povos e comunidades tradicionais Quilombolas
– Pessoas de 70 a 74 anos
– Pessoas de 65 a 69 anos
– Pessoas de 60 a 64 anos
– Pessoas de 18 a 59 anos com comorbidades
– Pessoas com deficiência permanente
– Pessoas em situação de rua
– População privada de liberdade
– Funcionários do sistema de privação de liberdade
– Trabalhadores da educação do ensino básico (creche, pré-escolas, Ensino Fundamental, Ensino Médio, profissionalizantes e EJA)
– Trabalhadores da educação do Ensino Superior
– Forças de segurança e salvamento
– Forças Armadas
– Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de ageiros
– Trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário
– Trabalhadores de transporte aéreo
– Trabalhadores de transporte aquaviário
– Caminhoneiros
– Trabalhadores portuários
– Trabalhadores industriais
