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Dia a dia

Pesquisa da Ufes vai coletar esgoto do canal da Costa para identificar casos de covid

A detecção do RNA do vírus no esgoto permite a conclusão sobre a gravidade da doença na região e ainda influenciar na tomada de decisões do poder público

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Canal da Costa, em Vila Velha. Foto: prefeitura de Vila Velha

A partir da semana que vem, pesquisadores da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) vão começar a coletar amostrar de esgoto do Canal da Costa, em Vila Velha, para identificar a quantidade de pessoas infectadas pelo novo coronavírus na região. Trata-se de um estudo epidemiológico baseado em esgoto, estratégia de vigilância sanitária que vem sendo utilizada em várias partes do mundo para monitoramento de doenças e até do consumo de drogas em determinado local.

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Segundo o professor Ricardo Franci, do Departamento de Engenharia Ambiental da Ufes, a partir da presença de certa quantidade de fragmentos de material genético do novo coronavírus (RNA) numa amostra de esgoto, é possível inferir a quantidade de pessoas infectadas. “O primeiro o é a coleta da amostra de esgoto. Depois é feita a medição da concentração de RNA encontrado, multiplica-se pela quantidade de esgoto produzida num dia naquela região e divide-se pelo volume excretado por um indivíduo doente por dia. O resultado é a quantidade de pessoas infectadas naquela região”, afirma o pesquisador.

A detecção do RNA do vírus no esgoto permite uma conclusão sobre a gravidade da doença hoje na região. “É um flash da doença, o que subsidia a tomada de decisão sobre abrandar ou não o isolamento.”, explica Franci.

O custo do método também é considerado mais baixo do que uma campanha convencional de testagem de sangue da população. “Com uma única amostra de esgoto por semana conseguirmos cobrir uma determinada região e acompanhar a evolução da doença naquele local”, afirmou o professor.

Esse estudo epidemiológico envolve professores da Ufes dos departamentos de Engenharia Ambiental e Patologia. Inicialmente, o projeto seria desenvolvido em estações de tratamento de esgoto na Serra e Vila Velha, mas a demora na liberação para a realização dos trabalhos fez os pesquisadores alterarem o projeto para coleta em canais e rios urbanos.