Dia a dia
Invasão de terreno motivou chacina em Vila Velha, diz PC
O caso ocorreu no último sábado (16) no bairro Darly Santos. Cinco pessoas foram assassinadas e outras quatro ficaram feridas

Invasão de terreno motivou chacina em Vila Velha, diz Polícia Civil. Foto: Pixabay
A invasão de um terreno foi o estopim para a chacina que deixou cinco mortos e quatro pessoas feridas em um churrasco no bairro Darly Santos, em Vila Velha, no último sábado (16). A informação foi confirmada pelo próprio executor, preso nessa segunda-feira (18) no bairro Primeiro de Maio, no município canela-verde, e divulgada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) na manhã desta terça (19).
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Segundo o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, o delegado Tarik Halabi Souki, o assassino disse à Polícia Civil ter recebido a informação de que uma imobiliária dona de terras no bairro Darly Santos teria falido. “Crendo que não havia dono, ele decidiu cercar a área”.
Ainda na versão do autor dos homicídios, três das vítimas teriam invadido esse terreno. “Com raiva, ele decidiu se vingar dessas pessoas. Porém, testemunhas alegam que elas não tinham envolvimento com a invasão”, completou o delegado.
De acordo com Souki, a identificação do assassino começou logo após o crime com pistas sobre o veículo utilizado por ele. Com o apoio do sistema de videomonitoramento de Vila Velha, os policiais conseguiram localizar o momento exato dos homicídios.
“As imagens revelaram que o indivíduo circulou pelo bairro por cerca de 30 minutos observando as vítimas. Ele parou o veículo em um local próximo, foi caminhando até a casa, ou pelas câmeras de videomonitoramento, e abriu fogo contra as vítimas. Logo em seguida, ele retornou calmamente para o carro e ameaçou as pessoas que estavam na rua”, relatou o delegado.
Já com a identidade do criminoso, os policiais fizeram uma pesquisa no sistema para encontrar alguma pista sobre ele. Foi então que eles se depararam álibi falso utilizado pelo assassino. “Ele registrou um boletim de ocorrência no mesmo dia da execução, alegando que tinha sido assaltado e sequestrado por três horas antes de ser solto pelos assaltantes”, explicou o chefe da DHPP de Vila Velha.
Já com a identidade da vítima e informações de denúncias anônimas, a Polícia Civil fez uma campana em um endereço no bairro Primeiro de Maio onde encontraram o criminoso. Antes de ser preso, no entanto, ele desconfiou de um veículo onde os policiais estavam escondidos e tentou fugir.
“Acionamos então a Guarda Civil Municipal, Polícia Militar e policiais da DHPP de Cariacica que monitoravam a região com um drone e cercamos todo o quarteirão. Pedimos aos moradores para entrar em casa por casa até que outra denúncia nos levou a um imóvel onde encontramos o assassino dentro de um armário com uma espingarda e diversas munições”, concluiu o delegado Souki.
De acordo com o secretário de Estado de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, o homem já tinha quatro agens pela polícia. Uma por porte ilegal de arma de fogo, outra por posse de munição, tráfico de drogas e Lei Maria da Penha. “Um monstro como esse já deveria estar preso há muito tempo respondendo e somando todas as penalidades possíveis”, disse Ramalho que aproveitou a oportunidade para fazer uma crítica contra a atual legislação brasileira.
“O problema é das estruturas de segurança pública ou de uma legislação que não dialoga com os interesses da sociedade e permite que fatos como esses aconteçam? Aqui não vai nenhuma crítica ao poder Judiciário e Ministério Público, só temos a agradecer cumprimentos de mandados e operações. Mas vai uma crítica à legislação que permite um animal como este solto. É isso que temos que discutir”, destacou Ramalho.
