Dia a dia
Findes mira em tecnologia e inovação para o futuro do setor
Em entrevista, o presidente da Federação das Indústrias do Estado, Léo de Castro, explica as propostas do novo projeto da Findes: a “Indústria 2035”
A Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo) já olha para os caminhos da indústria capixaba daqui a 15 anos. Com esse foco, a primeira fase do projeto “Indústria 2035” está lançado, e identificou 17 setores, segmentos e áreas mais promissoras para o desenvolvimento do estado. A ideia é unir conhecimento de macrotendências setoriais às tendências tecnológicas e de inovação. Em entrevista à BandNews FM ES, o presidente da federação Léo de Castro, explica as propostas do projeto.
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Durante bom tempo as ações do governo e das empresas no estado foram norteadas pelo projeto 2025. Agora a Findes lança o 2035. O que é esse projeto?
O “Indústria 2035” é um recorte do olhar do desenvolvimento do Espírito Santo com ênfase na atividade econômica. Vem para complementar a visão do 2025, que é um planejamento mais amplo. Nossa pergunta é: “para onde queremos ir?”. Se não soubermos o que queremos, não alcançaremos nada. A ideia do 2035 é construir uma visão de futuro para a economia capixaba, analisar aonde estarão as oportunidades de evolução da nossa economia.
Como vai funcionar?
O 2035 vai coordenar uma série de ações que incluem interlocutores do governo do estado, setor produtivo e a academia. O projeto mapeou 17 setores portadores de futuro. Detectamos nessas áreas a capacidade de ganhar densidade, aumentar a relevância e realmente impactar a economia do estado. Para cada setor, será desenvolvida uma rota estratégica, porque não basta dizer onde você quer ir, precisa mostrar como chegar lá.
Pode exemplificar com algum setor que está no mapeamento?
O de biotecnologia, por exemplo, ganha cada vez mais destaque no Brasil e no mundo. Fomos surpreendidos ao descobrir que há mais de 20 empresas no Espírito Santo atuando nesse segmento. É uma área de alto valor agregado e não está consolidada ainda em nenhum lugar. O projeto tem a ambição de colocar o estado no mapa para determinados setores e, assim, atrair investimentos.
Como a Findes está capacitando profissionais para entrar na indústria do futuro?
O 2035 justamente monta esse caminho detalhado para chegarmos lá. Um dos pontos principais é a formação de talentos e de mão de obra. O Senai-ES, parte do Sistema Findes, atua de forma intensa nesse processo. Revisitamos a grade de cursos técnicos, que agora possui matérias de indústria 4.0, de empreendedorismo, programação e muitos outros. O objetivo é fazer a conexão desse jovem com os desafios de hoje e as demandas do futuro.
A Findes criou o FindesLab, no espaço antes direcionado para um restaurante panorâmico. Como está funcionando?
O FindesLab se propõe a ser um grande um lugar para desenvolver ideias e equipado para que a inovação aconteça. Nosso objetivo é colocar a inovação como pauta prioritária da nossa sociedade e queremos fazer com que esse movimento se replique em outras frentes, como já está acontecendo. Há uma grande estruturação no estado, a Mobilização Capixaba pela Inovação, que é a união de vários atores para agregarem as suas ações e conseguir resultantes melhores. Essa mobilização já criou um fundo financeiro para apoiar a inovação, que tem quase R$ 100 milhões. Essa mesma mobilização criou os desafios empresariais, onde grandes empresas apresentaram seus problemas. Abre a oportunidade para a apresentação de soluções, que são oportunidades para a criação de novos negócios. Nesse primeiro mês de funcionamento do FindesLab, 340 ideias e projetos aram pelo espaço. Os números mostram que o Espírito Santo tem vocação para atividades voltadas para tecnologia e inovação.
O país vai entrar em uma onda econômica melhor? O otimismo não acaba esbarrando nas batalhas políticas do governo?
Meu otimismo tem base realista. Estamos com taxas de inflação super baixas. O juro está em um patamar que o Brasil nunca viu, de tão baixo. Esperamos que a queda da Selic chegue para o consumidor e para o empresário, mas no Brasil isso demora. Temos uma agenda de governo federal e estadual que está enfrentando a burocracia, que é um grande problema do Brasil, para simplificar o ato de empreender. Avançamos em um projeto importantíssimo para baratear o preço do gás. Agora… precisamos de uma liderança política que construa pontes, e não destrua pontes. A agenda econômica está perfeita, mas precisamos de pacificação para que ela avance. BandNews FM ES/ Danielli Saquetto/ metro es
