Dia a dia
Falso médico que atuava em São Mateus é preso em operação da PF
Investigado chegou a ser contratado por diversas prefeituras do norte capixaba e também pelo governo do Estado e recebeu R$ 850 mil em salários nos últimos três anos

Médico. Foto: Pixabay
Um falso médico que atuava na cidade de São Mateus, região Norte do Espírito Santo, foi preso nesta quarta-feira (18) em uma operação da Polícia Federal (PF) que foi realizada em Vitória da Conquista (BA) e no Amazonas. A operação teve o objetivo de combater a prática ilegal de medicina, falsificação de diploma do curso superior emitido por universidade estrangeira, bem como transferência externa para universidades brasileiras mediante apresentação de currículo falso de universidade estrangeira.
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Segundo explicou a PF, o alvo do mandado de prisão em São Mateus matriculou-se em uma faculdade de medicina na Bolívia onde estudou por um semestre. Depois, solicitou transferência para uma faculdade brasileira e adulterou os registros para que computassem ao invés de seis meses, quatro anos de estudo. Assim, chegou a concluir os estudos a se formou médico. “Vê-se que a faculdade brasileira foi vítima da ação do falso médico”, diz a PF.
As investigações da Polícia Federal apontaram que o falso médico chegou a ser contratado por diversas prefeituras do norte capixaba e também pelo governo do Estado. Nos últimos três anos ele chegou a receber R$ 850 mil em salários.
Paralelamente, ou a recrutar estudantes e repetia o processo. Os enviava para estudarem por seis meses e falsificava a documentação quando da transferência para que o tempo de curso fosse abreviado. Pelos serviços de falsificação, cobrava entre R$ 20 e R$ 40 mil.
O esquema
A Polícia Federal identificou o esquema em que os médicos ou os candidatos pagavam um valor para ter facilitada essa transferência externa e depois começavam a atuar nos municípios brasileiros, principalmente em postos de saúde e hospitais. A PF descobriu cinco falsos médicos atuando na cidade de Jitaúna (BA), que figuram para cidades do Espírito Santo e Amazonas.
Nesta quarta foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e um mandado de busca. Os falsos médicos responderão por uso de documento falso, exercício ilegal da medicina, peculato e associação criminosa.
