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Entidade pede rigor na apuração da morte de jovem por PM

Welinton Dias foi morto no sábado em ação da PM. Vídeo mostra que jovem se rendeu antes de levar tiro

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Weliton da Silva Dias foi morto em ação da PM. Foto: Divulgação

Depois da morte do jovem Weliton Dias Silva, de 24 anos, que foi baleado pela Polícia Militar (PM) na região de São Pedro, em Vitória, na noite desse sábado (2), a União de Negras e Negros pela Igualdade do Espírito Santo (Unegro Espírito Santo) pediu rigor e apuração do caso, fazendo um apelo ao governador Renato Casagrande para que não haja impunidade. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, os PMs envolvidos na ação foram afastados enquanto o Inquérito Policial Militar (IPM) vai apurar a conduta.

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Weliton levou dois tiros na região chamada beco da Sorte, em São José, na Grande São Pedro. Um vídeo (confira abaixo) que registrou a ação policial mostra que Weliton chega a levantar a camisa e colocar as mãos para cima, se rendendo, pouco antes de ser baleado. Nas imagens, não é possível ver nenhum armamento com a vítima, mas segundo o boletim de ocorrência ele estaria com uma submetralhadora.

Em publicação em rede social, o movimento considera inaceitável o fato, dizendo que sempre acontece na periferia, com jovens negros, o que demonstra seletividade da violência policial. Para o UnegroES, o afastamento dos PMs é pouco diante da gravidade do caso. A entidade prepara um ato nesta terça-feira (05) à tarde no Palácio Anchieta.

“Não podemos aceitar que um representante do Estado julgue, condene e execute qualquer pessoa. É inconstitucional, não tem respaldo do Código Penal, afinal a pena de morte não faz parte do mesmo. A sociedade capixaba exige uma atitude do governador Renato Casagrande, não pode haver impunidade”, diz a entidade.

O secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Márcio Celante, informou que, com a abertura do IPM, os policiais envolvidos na ação foram afastados das atividades operacionais e suas armas foram recolhidas. Durante o inquérito, que deve durar até 60 dias, serão ouvidas todas as partes, como moradores, PMs e anexados vídeos, relatos, denúncias e boletim de ocorrência.

Celante explicou que consta no boletim de ocorrência que a ação ocorreu em uma tentativa de abordagem dos PMs ao jovem. A imagem registrada em vídeo seria a segunda tentativa de abordagem, portanto a abordagem inicial não teria sido registrada.

O secretário diz ainda que no boletim de ocorrência consta que a vítima estava com uma submetralhadora, mas não detalha onde ela estava. Dessa forma, ele explica que o IPM que vai responder se a arma estava a tiracolo, ao lado ou no chão. Sobre o fato do PM ter atirado mesmo o rapaz tinha se rendido, colocando as mãos na cabeça, o secretário diz que a orientação nesses casos é não atirar. Por isso, o inquérito vai apurar o fato para entender o resultado.

Ainda segundo o secretário de Segurança, a vítima tem agem pela polícia, com registro de oito detenções.

Na tarde desta segunda-feira (04), o governador Renato Casagrande se manifestou sobre o assunto em rede social, dizendo que determinou ao comando da PM investigação sumária sobre o caso (confira abaixo).