fbpx

Dia a dia

Contarato denuncia pastor André Valadão por homofobia

Segundo o senador capixaba, o líder religioso é acusado de incentivar o ódio e a intolerância nas redes sociais

Publicado

em

Senador Fabiano Contarato. Foto: Divulgação/Senado

O senador Fabiano Contarato acusa o pastor André Valadão de homofobia e incitação à violência. Foto: Divulgação/Senado

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) anunciou que vai representar criminalmente junto ao Ministério Público Federal contra o pastor André Valadão. O líder religioso, segundo o parlamentar, fez um discurso de ódio em que incita fiéis a matarem pessoas LGBTQIA+.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

As declarações foram dadas durante um culto no último domingo (2) nos Estados Unidos, mas transmitidas para brasileiros pelas redes sociais. Contarato quer que Valadão responda por homofobia.   

Durante o culto, Valadão foi explícito ao incentivar a violência: “Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: ‘não, pode parar, reseta’. Aí Deus fala, ‘não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês’. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você”.

Para o senador Fabiano Contarato, as declarações são explícitas para configurarem o crime de homofobia.

“Apesar de ele estar nos Estados Unidos, os telespectadores estão no Brasil, e o Judiciário brasileiro já tem jurisprudência para tratar casos assim. Além disso, a homofobia pode ser enquadrada como crime de racismo, previsto na Lei 7.716/89, com penas que podem chegar a 5 anos de prisão”, detalha o parlamentar.

O senador reforça que os Poderes brasileiros não podem permitir que discursos de ódio sejam disseminados livremente, seja presencialmente ou pelas redes sociais.

“Em um país em que uma pessoa LGBT é morta a cada 32 horas, é inissível que tenhamos pessoas que se dizem líderes religiosas incitando a violência e o assassinato em massa. A liberdade, seja de expressão ou religiosa, acaba quando o discurso vai contra a vida de qualquer pessoa. Esse homem não representa Deus e muito menos os ensinamentos cristãos. Deus é amor, é união, é respeito, jamais discurso de ódio e de intolerância”, completa Contarato.

Em 2022, uma pessoa LGBT foi assassinada a cada 32 horas. O Dossiê de Mortes e Violência contra LGBTI+ revelou que 273 vítimas perderam a vida de forma violenta.

O número segue em alta nos últimos anos. Em 2021, foram 316 mortes. Já em 2020, foram 237.

“Legislativo, Executivo e Judiciário devem ser vigilantes e trabalhar para evitar que esse tipo de discurso seja tolerado e se perpetue. É isso que faz com que a comunidade LGBT seja assassinada de forma recorrente. Quem compactua com isso também fica com as mãos sujas do sangue”, resume Fabiano Contarato.

Em sua rede social, André Valadão se justificou após a polêmica e disse que sua declaração nunca será sobre matar, segregar e que o “resetar” a que se referiu significa “levar de volta a essência, ao princípio” (…) Não é sobre matar pessoas, Deus nos nos livre desse terrível pecado, violência ou discriminação, mas é sobre a liberdade de viver o que crê”, disse.