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Dia a dia

Como os criminosos utilizam portos do ES para esconder drogas em navios

Na última semana, a Polícia Federal apreendeu 35 quilos de cocaína que estavam escondidos sob o casco de um navio, atracado no Porto de Praia Mole, na Serra

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Os portos do Espírito Santo se tornaram um ponto de agem fundamental na rota do tráfico internacional de drogas. Os criminosos têm cada vez mais se aproveitado dessa cadeia logística para esconder toneladas de cocaína e enviar para países da Europa e da África. Nesta semana, a Polícia Federal apreendeu 35 quilos de cocaína que estavam escondidos sob o casco de um navio, atracado no Porto de Praia Mole, na Serra.

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O superintendente regional da Polícia Federal, Eugênio Ricas, chama a atenção para a complexa logística da operação de tráfico transnacional de drogas – vender drogas além da fronteira -. Lembrando que a droga não é produzida no país e sim em países que fazem fronteira com o Brasil: Bolívia, Colômbia e Peru. A operação se dá muito antes da mercadoria chegar nos portos do país. E sim ao atravessar as fronteiras.

“Apenas grandes organizações criminosas conseguem fazer essa logística. Normalmente organizações que também estão ligadas ao tráfico de armas. Afinal, primeiro elas têm que fazer a droga entrar no Brasil. Então usam pequenas aeronaves para pousar em pistas clandestinas em cidades que fazem fronteira. Depois essa droga é colocada em caminhões ou carros para que sigam para os portos. Até aí já é um caminho bem complicado”, detalha Ricas.

A droga é recebida, armazenada e preparada para sua colocação nas embarcações. Esses criminosos precisam negociar a aquisição das lanchas e demais equipamentos necessários para a operação ilícita. Também é necessário mergulhadores profissionais e capacitados para essas operações que são muito arriscadas – tanto que morreu um capixaba de São Mateus retirando drogas da embarcação na Austrália em maio deste ano.

“Normalmente essa droga é colocada no navio enquanto o mesmo está na área de fundeio, quando o navio está na fila à espera para a atracar. Essas embarcações se aproximam e o mergulhador prende as drogas no cascos da embarcação. Acontece, como na última semana, de profissionais dos portos avistarem a embarcação e acionarem a Polícia Federal. Esse mergulho é muito arriscado e o profissional tem que ser muito capacitado”, explica Ricas.

Depois de toda a logística para esconder a droga no casco do navio, ainda é necessário ter mergulhadores aptos a retirar o produto no destino final. De acordo com o superintendente regional, essas organizações têm uma logística semelhante a de grandes multinacionais que distribuem seus produtos ao redor do mundo.

E para desmantelar essas organizações criminosas, a Polícia Federal mira no patrimônio: contas bancárias, aeronaves, imóveis, barcos e veículos. Além do crime de tráfico de drogas, ainda há crimes financeiros, necessários para lavar o dinheiro oriundo dessas operações. Para deter essas organizações, é necessário fazer com que elas percam o patrimônio para não ter como movimentar mais as drogas e nem dinheiro para financiar as operações.