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Dia a dia

Cirurgias são suspensas no Hucam após paralisação de enfermeiros

A categoria protesta contra as perdas salariais de mais de três anos sem Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)

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12 cirurgias eletivas que estavam marcadas precisaram ser suspensas nesta quarta-feira (21) no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam) do Espírito Santo após paralisação de profissionais de Enfermagem da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que atuam na unidade. A categoria protesta contra as perdas salariais de mais de três anos sem Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

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Cerca de 50% dos profissionais da Enfermagem que atuam na unidade participaram da paralisação. O movimento no estado se uniu aos trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) de todo o país, que também decidiram pela paralisação. A estatal presta serviços de assistência no âmbito do SUS nos hospitais universitários e é uma das maiores redes de saúde do Brasil.

No Espírito Santo, a Ebserh tem cerca de 1,3 mil funcionários ativos no Hucam, sendo que cerca de 800 são enfermeiros e técnicos de enfermagem. O Sindsep-ES frisa que nesses três anos ocorreram inúmeras e frustradas tentativas para a dos ACT’s de 2021/2022 e 2022/2023, mas a empresa insiste na retirada dos direitos dos trabalhadores e desmonte da empresa.

A relatora do dissídio coletivo dos servidores públicos federais da Enfermagem no Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, determinou o percentual mínimo de manutenção de trabalhadores, em seus respectivos locais de trabalho, na base de 50% em cada área istrativa e de 60% para cada área médica e assistencial, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00, em caso de descumprimento.

MANIFESTAÇÕES NO ESPÍRITO SANTO

No Espírito Santo, a paralisação dos profissionais da Enfermagem foi realizada somente no serviço público de saúde – instituições do estado e municípios -. Os atendimentos de urgência e emergência em todos os estabelecimentos foram mantidos. A paralisação e a dinâmica foram definidas pelos profissionais em cada local de trabalho – PAs, Unidades de Saúde, Hospitais, etc… – e conforme a especificidade de cada setor.

Diferente dos servidores públicos federais da Enfermagem, os servidores estaduais protestaram contra a suspensão da lei que criou o piso salarial dos profissionais de enfermagem em até 60 dias, para que a União e outras instituições públicas e privadas esclareçam o impacto econômico para estados, municípios e hospitais.

“A adesão superou nossas expectativas por se tratar de serviço público, sendo que o piso estava previsto apenas no próximo ano. Eles sabem que alguns desdobramentos precisam ser feitos agora para que para entrar no orçamento do ano que vem. Eles já começaram na reivindicação não só por eles, mas pelo coletivo da enfermagem”, disse a presidente do Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo (Sindienfermeiros-ES), Valeska Fernandes.

Ainda segundo o Sindienfermeiros-ES, ao longo do dia, profissionais de unidades de saúde estaduais e municipais – até mesmo no interior – realizaram manifestações nos postos de trabalho, com diminuição de atendimento ou até mesmo tirar alguma rotina. Lembrando que os enfermeiros da rede privada aderiram ao protesto por ainda estarem em processo de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho 2022-2024 com o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Espírito Santo (Sindhes).

A Secretaria da Saúde disse que não houve paralisação de profissionais em nenhum hospital estadual nesta quarta-feira (21) e ressalta que, em caso de necessidade, possui planos de contingência organizados em todas as unidades para mitigar eventuais prejuízos no desempenho das atividades assistenciais.

Por outro lado, a presidente do sindicato lembra que os hospitais de Organizações Sociais de Saúde (OSS) são instituições privadas e nestes não foram feitas paralisações. E garante que houve registro de manifestações em hospitais estaduais e, mesmo que pontuais, em alguns períodos do dia.