Dia a dia
Caminhão dos Bombeiros está há 2 anos de plantão no Hospital Infantil
Em 2019, o hospital teve problemas na parte elétrica, com ocorrências de curtos circuitos e pane elétrica

Caminhão do Corpo de Bombeiros estacionado no Hospital Infantil. Foto: Leitor
A morte do adolescente de 16 anos após aguardar leito e atendimento por quatro horas na frente do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) levantou a discussão sobre a situação dos hospitais infantis na Grande Vitória. Kevinn Belo Tomé da Silva morreu após quatro horas de espera. Ele sofreu três paradas cardíacas durante o período em que esteve na ambulância, entre 0h e 4h30 da manhã.
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O advogado Jovacy Peter Filho, responsável pela defesa das duas médicas encarregadas no atendimento no Himaba, alega problemas de estrutura no hospital infantil de Vila Velha, como, por exemplo, a falta de respiradores. Este caso, incluindo as afirmações do advogado, ainda está sob investigação policial. Mas problemas estruturais são bem mais fáceis de constatar em outras unidades de saúde. O Hospital Infantil de Vitória, por exemplo, tem um caminhão do Corpo de Bombeiros estacionado em sua porta há mais de dois anos Em 2019, o hospital teve problemas na parte elétrica, com ocorrências de curtos circuitos e pane elétrica. Como esses problemas não foram totalmente resolvidos e existe risco de consequências mais graves por conta deles, o caminhão é mantido lá, de plantão, desde 2019. O Corpo de Bombeiros Militar confirmou que mantém uma equipe a postos no local, para atendimento de eventuais acionamentos.
Não para por aí. Parte da unidade, como o pronto-socorro, funciona em outro local, no Hospital da Polícia Militar (HPM). Segundo médicos da unidade, por conta disso os pacientes são transportados de um prédio para outro. Os mesmos profissionais que também relataram falta de medicamentos para o plantão.
O presidente da Associação Médica do Espírito Santo (Ames), Leonardo Lessa, alerta para um desmonte do Hospital Infantil, e cita a desativação de vários leitos de UTI e os problemas elétricos como sintomas evidentes dessa crise. “Infelizmente uma criança teve de morrer para a gente discutir a situação dos hospitais infantis. Não é o momento de se desativar leitos de UTI”, afirma.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) foi procurada e questionada sobre o prazo de reforma da parte elétrica do hospital, mas ainda não respondeu.
