Dia a dia
Bares e restaurantes de Guarapari podem demitir 2,5 mil e fechar as portas após o carnaval
Os empresários temem que não haverá como manter o funcionamento dos estabelecimentos durante ‘invernada’, período de baixo faturamento depois do verão

Praia do Morro, em Guarapari. Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Guarapari
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Guarapari é um dos municípios do estado que mais sofreu com as restrições de funcionamento do comércio desde o início da pandemia. A cidade segue em classificação alta de risco de transmissão do coronavírus e os comerciantes seguem incertos sobre o futuro de seus estabelecimentos devido às restrições de funcionamento.
Em entrevista realizada nesta terça-feira (09) à rádio BandNews FM Espírito Santo, o presidente da Associação dos Bares, Restaurantes e Casas Noturnas (Abracan) de Guarapari, Marcelo Meira, alertou que até 300 estabelecimentos podem fechar as portas após o carnaval. Só no setor gastronômico 2.500 vagas de empregos podem deixar de existir.
Os empresários temem que não haverá como manter o funcionamento dos estabelecimentos após o carnaval, pois com o fim do verão chega a ‘invernada’, período de baixo movimento turístico na cidade. Donos de estabelecimentos chegam a se arriscar e funcionam fora das leis de restrições.
“Nós não sabemos como será depois do carnaval, pois começa o período de tempo ruim para o comércio do município, a invernada. Se não faturamos no verão, não sobrevivemos no inverno.”, relata o presidente da Abracan.
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Segundo Meira, o maior problema para os estabelecimentos do ramo, que dependem principalmente do turismo de verão, é a restrição de horários. Em risco alto, os bares e restaurantes do município podem funcionar apenas até às 18h do sábado e não podem abrir aos domingos, uma situação complicada para o setor gastronômico nessa temporada.
“Os estabelecimentos que dependem da gastronomia noturna não conseguem trabalhar. Cada pedido demora em média 1h pra ser entregue, com restrições de horário para fechamento é inviável que um turista que saia da praia no fim da tarde, porque naturalmente quer aproveitar o sol, consiga frequentar um restaurante à noite, pois não há tempo nem para comer.”
A prefeitura de Guarapari chegou a tentar flexibilizar o horário de funcionamento através de uma ação na Justiça, mas foi derrubada por outra ação movida pelo governo estadual através do Ministério Público do Estado (MPES). “O município tem feito várias tentativas de decretar algo que flexibilize esse horário. Mesmo tendo um decreto municipal mais restritivo que o estadual em alguns aspectos, ele ainda foi derrubado pela Justiça, então seguimos hoje o decreto estadual,” explicou o presidente da Abracan.
Marcelo participou, nesta segunda-feira (08), de uma reunião com o Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CMBES) que reuniu secretários do Estado, vereadores do município e líderes de entidades do comércio para tentar mais uma vez mudar as restrições, que para os comerciantes ainda é o maior impedimento.
“Diminuir a quantidade de atendimento não tem problema, já nos adequamos ao espaçamento das mesas, assim como o uso de máscara, podendo ser retirada apenas pra consumo de bebidas e alimentos. Temos dispensers de álcool em gel em todos os estabelecimentos. O maior obstáculo é a restrição do horário”.
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Marcelo relata ainda que alguns empresários recorrem ao funcionamento dos estabelecimentos mesmo contra as restrições, com medo de serem autuados.
“Estamos lutando somente pelo curto prazo, pois nem conseguimos calcular o médio e longo prazo ainda. Rezamos para que a vacinação ocorra o mais rápido possível, pois Guarapari vive do turismo e do comércio alimentado por eles”.
