Dia a dia
Ataque em escola de Aracruz leva Justiça a suspender Telegram
A suspensão aconteceu após a plataforma não entregar dados completos à Polícia Federal sobre grupos neonazistas

Aplicativo de mensagens Telegram foi suspendido no Brasil. Foto: Divulgação/Telegram
A Justiça brasileira determinou suspensão do aplicativo de mensagens Telegram após a plataforma não entregar à Polícia Federal todos os dados sobre grupos neonazistas solicitados pela corporação. A Diretoria de Inteligência da Polícia Federal informou que as empresas de telefonia Vivo, Claro, Tim e Oi, bem como a Google e a Apple, responsáveis pelas lojas de aplicativos Playstore e App Store, receberão o ofício sobre a suspensão da plataforma ainda na tarde desta quarta-feira (26).
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A investigação sobre o ataque a uma escola em Aracruz, que resultou em quatro mortes, descobriu a interação do assassino, um adolescente de 16 anos, com grupos com conteúdos antissemitas pela rede social. A polícia pediu que a plataforma entregasse os dados de es e integrantes do grupo para apurar as conexões e se houve influência no crime em Aracruz.
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O Telegram chegou a entregar parte dos dados pedidos pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira (21), após pedir intervenção do judiciário. No entanto, a corporação queria contatos e dados dos integrantes e es de um grupo com conteúdo neonazista, e o aplicativo não forneceu os números de telefone.
Além de determinar a suspensão do aplicativo, a Justiça ampliou a multa aplicada ao Telegram por não entregar os dados de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia após a recusa.
O envolvimento de grupos extremistas em casos de violência em escolas vem sendo investigado pelo Ministério da Justiça, após o caso de Aracruz. O ministro Flávio Dino determinou a investigação de células que fazem apologia ao nazismo e afirmou que a PF descobriu a conexão entre grupos neonazistas e adolescentes com influência para violência em escolas. As investigações encontraram grupos em São Paulo e Goiás que estariam recrutando adolescentes no Maranhão, todos com conteúdo antissemita.
A investigação da PF gerou uma série de operações que tinha como alvos adolescentes e adultos. Um adolescente em Monte Mor, no interior de São Paulo, foi rastreado por mensagens a partir da denúncia dos alunos do Maranhão. Com ele, foram apreendidos diversos objetos nazistas, além de uma réplica de arma de fogo. Além dele, no Piauí, outro adolescente também rastreado a partir de grupos nazistas nas redes sociais pelo Ministério da Justiça foi encontrado com símbolos nazistas e uma faca. No Rio Grande do Sul, outro adolescente foi apreendido com símbolos nazistas depois de ser rastreado em grupos de discurso de ódio pelas redes sociais.
