Dia a dia
Asma mata mais de cinco pessoas por dia no país
Cerca de 15% dos brasileiros têm a doença. As crises são mais frequentes no inverno, com o aumento de poluição e de infecções virais
No Brasil, cerca de 2 mil pessoas morrem ao ano devido a uma crise asmática como a que vitimou a atriz e roteirista Fernanda Young, de 49 anos, no último final de semana. O número equivale a mais de cinco mortes por dia pela doença. Um acompanhamento médico, com tratamento preventivo, pode evitar crises tão fortes e as mortes.
“Quem tem repetição de ocorrências de falta de ar precisa procurar um médico que trate de doenças respiratórias”, diz Flavio Sano, 60 anos, presidente da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).
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Segundo o médico, no de inverno as crises são mais comuns porque há aumento da poluição no ar e as pessoas ficam mais em ambientes fechados, com maior propensão de contrair um vírus que cause um resfriado ou gripe que possa também causar uma crise.
Sintomas comuns da doença
Entre os sintomas da asma estão a dificuldade para respirar, chiado e aperto no peito, que pioram principalmente à noite. Processos alérgicos a poeira e ácaros, por exemplo, e variações de temperatura podem desencadear as crises de asma.
Para Cláudio Ambrósio, pós-graduado em alergia e imunopatologia, o paciente deve ter atenção ao ambiente em que vive, mantendo a casa limpa, com pano úmido, e alimentação saudável – evitar comidas que provoquem alergias também é uma boa medida.
A pneumologista Jéssica Polese explica que a disponibilidade de medicamentos atualmente no mercado favorece o controle da doença.
“É inissível uma pessoa morrer de asma hoje, porque as medicações evoluíram muito. Nós temos medicações de todos os jeitos e que podem controlar realmente a doença”, frisou.
O controle é feito com corticoides inalados e imunobiológicos. Já durante a crise são usados os broncodilatadores.
Como a asma é uma doença que não tem cura, é preciso acompanhamento, segundo a médica.
“Tem paciente que acha que está bem e para de usar a medicação e acaba tendo uma falta de ar aqui e outra ali, subestimando a doença. Assim, uma hora pode vir uma crise mais grave e como esse pulmão já está inflamado, a pessoa tem que sair correndo para buscar ajuda médica”, explica.
A crise mais aguda é caracterizada pela falta de ar em excesso, como explica Flávio Sano, da Asbai. “Ela afunda o tórax tentando respirar e pode ficar até azulada em casos mais graves”. Nesses casos, o recomendado é medicar com a bombinha e procurar um pronto-socorro.
Saiba mais sobre a doença
O que é:
Obstrução nos brônquios, geralmente causada por processo inflamatório. Sua origem pode ser ou não alérgica.
Quais os sintomas:
Inflamação dos brônquios, provocando falta de ar, sibilância (“chiadeira”), tosse, dor no peito e sensação de pressão no tórax. Costumam ser desencadeados por infecções respiratórias, exercício e exposição a alérgenos.
Tratamento:
Durante uma crise: com broncodilatadores, as “bombinhas”;
De controle, preventivo: corticoides inalados e uma nova categoria, os imunobiológicos, para casos graves, sempre com receita e orientação médica.
