Dia a dia
4 meses: morte de Kevinn em ambulância ainda é investigada
Kevinn Belo Tomé da Silva, 16 anos, morto no dia 30 de abril após esperar por atendimento por quase quatro horas dentro de uma ambulância na porta do Himaba

Kevinn Belo Tomé da Silva. Imagem: Reprodução/Rede social
A família de Kevinn Belo Tomé da Silva, 16 anos, morto no dia 30 de abril após esperar por atendimento por quase quatro horas dentro de uma ambulância na porta do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, continua à espera de justiça. Após quase quatro meses, a investigação da morte do adolescente segue a os lentos por três autoridades no Espírito Santo.
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Fayda Belo, advogada da família e prima de Kevinn, espera que a lentidão da investigação sirva para que as autoridades responsáveis reúnam o máximo de elementos probatórios para que o caso tenha “resultado justo”. “A lei, nesse caso, prevê um prazo de 30 dias para conclusão do inquérito policial. Este prazo pode ser prorrogado por mais 30 dias. Está andando lentamente. Acredito que, nesse caso, como são muitas pessoas a serem ouvidas, isso demore um pouco mais. Nem a mãe foi ouvida ainda”, alerta Fayda. Ou seja, segundo a advogada, o inquérito já está chegando a 120 dias, o dobro do prazo máximo permitido, e ainda não há sinais de conclusão.
A Polícia Civil, por meio de nota, se limitou a dizer que “a investigação segue em andamento na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, que está realizando diligências e oitivas de testemunhas, para esclarecer os fatos com precisão”. “Outras informações não serão adas, por enquanto, para não interferir na apuração do fato. Todas as medidas legais foram adotadas e estão tramitando dentro do prazo legal”, diz a nota da Polícia. O texto da nota não estabelece prazo para a conclusão dos trabalhos.
> As três versões sobre a morte do adolescente na porta do Himaba
Uma outra investigação está sendo tocada pelo governo do estado. Mas as informações praticamente não existem. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) disse apenas que a auditoria sobre o caso está em fase final de conclusão. Após esse o, o relatório será remetido às autoridades.
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) também tem uma sindicância para apurar as responsabilidades em aberto, mas, como sempre ocorre em casos envolvendo profissionais da área, o CRM não é transparente em relação às suas ações. A direção do conselho afirmou apenas que “assim como em todos os processos internos, o caso ocorrem em segredo de Justiça, e não é possível informar mais nada.”
Enquanto isso, a família de Kevinn espera por uma resposta…
RELEMBRE A MORTE DE KEVINN
O jovem morreu dentro de uma ambulância, na frente do hospital, em Vila Velha, após quatro horas de espera por atendimento, na madrugada do dia 30 de abril. O garoto estava dentro de uma ambulância que saiu de Cachoeiro de Itapemirim, onde ele morava com a família.
Inicialmente, a família acreditava que o motivo da demora seria a falta de um leito para o jovem. Mas a direção do hospital informou que a vaga do jovem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estava reservada e que vai investigar porque a médica que seria responsável por itir o adolescente não o recebeu.
Kevinn Belo Tomé da Silva começou a ar mal em casa – com falta de ar -, no dia 25 de abril. No dia 27 do mesmo mês, ele foi internado no Pronto Atendimento Paulo Pereira Gomes, que fica no bairro Baiminas, em Cachoeiro de Itapemirim.
No dia 29, os médicos informaram à família do adolescente que ele precisaria de uma vaga em algum hospital para ser transferido para a UTI. No entanto, ao chegar no hospital, Kevinn não conseguiu dar entrada.
Por volta de meia-noite e meia, a ambulância chegou ao Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba). Por volta das 4h30, Kevin não resistiu à terceira parada cardíaca e morreu dentro da ambulância. A família disse que depois que o menino já estava morto a mãe foi chamada pra fazer o prontuário.
