Cult
Pinturas retratam a história da da Ilha do Príncipe, em Vitória
Aplicativo vai permitir a interação de turistas e moradores com a pintura; informações poderão ser adas por meio da realidade aumentada nos smartphones

Muros da Ilha do Príncipe, em Vitória, ganham cores e desenhos que contam a história do bairro. Foto: Francisco Xavier
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A Ilha do Príncipe, em Vitória, está ganhando uma nova roupagem. Com cores e desenhos, as fachadas das edificações são transformadas em uma galeria de arte, a céu aberto, que conta a história da região.
A ideia do projeto “Ativar Ilha do Príncipe”, realizado pelo laboratório Cidade Quintal, é modificar e qualificar a paisagem da porta de entrada da capital sem se esquecer da importância do bairro para a região.
“Esse projeto vem de uma ideia de qualificar essa paisagem e contar um pouco da história do que existe na Ilha do Príncipe. Vamos projetar essa história nas fachadas como um cartão de visita de Vitória. Nos desenhos queremos contemplar as memórias da região”, explica a produtora executiva do projeto, Juliana Lisboa.

Desenho em muro na Ilha do Príncipe, em Vitória. Foto: Francisco Xavier
O projeto começou a ser planejado em janeiro. Mas, devido à pandemia, as pinturas começaram a ser realizadas apenas em agosto. Três painéis já estão prontos. Até dezembro, o projeto pretende finalizar a reforma e pintura de 11 edificações que ficam na região próxima à rodoviária de Vitória.
As pinturas contemplam três eixos temáticos: a história da Ilha do Príncipe, a força das mulheres – inspirada na Maria “tomba homem”, famosa pela força do seu pulso -, e o pivô Jóia, ex-jogador das seleções capixaba e brasileira de futebol de areia, assassinado no dia 3 de novembro de 2002, por engano, na casa em que morava no bairro.
“Em um muro panorâmico vamos posicionar uma linha do tempo da Ilha do Príncipe. Entre 1926 até 2026. Essa linha terá uma camada de interação por realidade aumentada. Será possível encontrar informações escondidas por meio de um aplicativo com mais detalhes sobre essa história. Será como uma galeria virtual da memória do bairro”, comenta a produtoa executiva do Cidade Quintal.
A camada tecnológica criada pelo grupo crew Made In China vai permitir com que os desenhos sejam interativos. “O público, por meio de um aplicativo, vai poder interagir em alguns trechos dos desenhos com objetos animados. O projeto vai além da pintura estática e vai englobar também todas as informações adquiridas nas nossas pesquisas sobre a região”, explica Juliana.

Muro pintado na Ilha do Príncipe, em Vitória. Foto: Francisco Xavier
Moradores no projeto
E quem mora no bairro também tem colocado a mão na massa. O envolvimento da comunidade não foi só na coleta da história da região, mas também na preparação e produção do mural. Segundo Juliana, na fase de reparo dos muros que vão receber a pintura, muitos moradores colaboraram trabalhando na própria casa.
“Nossa metodologia é ‘fazer com’ e não ‘fazer para’. Queremos que eles participem de todo o projeto, se envolvam de verdade e possam monetizar. Inclusive, adquirimos materiais de construção em comércio do bairro, fornecedores de alimentos para equipes e até mesmo pedreiros e pintores. Um dos cabeças da Karatapa Films nasceu e cresceu no bairro, toda a narrativa dos vídeos criados por eles tem esse olhar de um morador, isso é muito importante”, ressaltou a produtora.
