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Museu da Ufes mostra corpo humano fatiado

Essa é a primeira vez que uma obra do tipo pode ser visitada na América Latina

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Museu da Ufes mostra corpo humano fatiado. Foto: Chico Guedes

Museu da Ufes mostra corpo humano fatiado. Foto: Chico Guedes

 

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Um corpo humano fatiado e plastinado – técnica na qual os fluídos são substituídos por silicone ou resina – está exposto em comemoração ao aniversário do Museu de Ciências da Vida, na Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), em Vitória. Essa é a primeira vez que uma obra do tipo pode ser visitada na América Latina.

Com todos os órgãos, o corpo é de um homem de 60 a 65 anos, que media aproximadamente 1,65 metros. Após ser fatiado, porém, ou a ter quatro metros, devido ao espaçamento entre os cortes. A trabalho foi batizado de “Tomografia”, por lembrar o formato dos exames radiológicos.

O coordenador do museu, Athelson Bittencourt, conta que a peça estava há sete anos no laboratório da universidade. Em 2018, ganhou os primeiros protótipos e, agora, já é considerada a “obra-prima” do museu. “Esse é um material muito rico na formação de profissionais e estudantes da saúde, como da radiologia, anatomia e biomédicas”, afirma.

Em termos técnicos, Athelson explica que o processo de plastinação acontece em muitas fases. Primeiro, o corpo é mergulhado no formol, para que os tecidos sejam estabilizados. Depois disso, ele é coberto por espuma, congelado, fatiado em máquina de corte, desidratado e levado à impregnação por silicone. A última etapa é chamada de “cura”, na qual é utilizada uma substância que endurece os tecidos.

Com o resultado, a equipe parte para a fase da montagem dentro do museu. Aqui, precisa tomar cuidado com o e – o da Ufes é de acrílico, quase imperceptível.

Dos quase 170 cortes que foram feitos, apenas 90 estão expostos. “Se não, o corpo ficaria ainda maior, alcançando até 15 metros. Isso foge das proporções humanas, e nossa intenção não é chocar ninguém”, explica Athelson.

A produção de um corpo humano inteiramente fatiado e plastinado é realizada em poucos países do mundo, como Alemanha, Espanha, Estados Unidos e China. A Ufes é uma das maiores referências brasileira no assunto. “Queremos que outros laboratórios nos vejam como um exemplo para continuar avançando”, frisa o coordenador.

A entrada é gratuita e a visitação pode ser feita de terça a sexta-feira, das 8h30 às 12h, e das 14h às 17h30. Aos sábados, o atendimento vai das 9h às 13h. Visitas de grupos e escolas devem ser agendadas no site.