Cult
Mais pinturas inéditas de Homero Massena são descobertas em Vila Velha
Essa é a segunda descoberta da equipe de restauração que atua no museu Homero Massena. Conheça as obras

Pintura foi encontrada na copa, anexa à cozinha do museu Homero Massena. Foto: Divulgação
Mais duas pinturas inéditas do mineiro Homero Massena foram encontradas nas paredes do museu que leva o nome do artista, localizado na Prainha, em Vila Velha. A descoberta aconteceu na última sexta-feira (18) pela equipe que trabalha na conservação e no restauro do lugar, que está em reforma desde julho, e devem dividir espaço com outras quase três mil peças após a reabertura.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
As novas obras foram encontradas na copa, anexa à cozinha, e na sala, com figuras florais e de natureza. “Com a limpeza profunda feita na pintura dos cômodos, encontramos uma flor encoberta por repintura, feita anos atrás. Já no cômodo complementar à cozinha, uma parte da obra está mais inteira e alguns fragmentos das pinturas mostram indícios, mesmo que sutis, de traços do Homero Massena, como riscos de galhos característicos do artista”, contou a restauradora Catarina Zambe.
Essa é a segunda descoberta da equipe, cujo trabalho também ocasionou a descoberta de novas obras no mês de agosto. Na ocasião, foram catalogadas figuras com diferentes formas geométricas e florais, feitas sobre uma imitação de ladrilhos. As pinturas são datadas do século 20. Elas estavam na cozinha e no banheiro da casa, onde o artista morou com a mulher, Edy Massena, por mais de 25 anos. Devido às infiltrações, fissuras e rachaduras nas paredes, os desenhos foram danificados e a solução adotada na época foi cobri-las com argamassa e pintura lisa.

Já a flor foi encontrada na sala, durante restauração. Foto: Divulgação
A expectativa é que, no decorrer do trabalho de restauração, outras pinturas sejam descobertas. Para o secretário interino de Cultura do município, Peterson de Castro Cardoso, reabrir o espaço com novas obras para os visitantes será um ganho para a cultura do estado. “Com as inéditas obras do pintor, amplia o cenário das artes plásticas e para estudos e pesquisas, sendo um grande ganho para o patrimônio cultural e histórico de Vila Velha”, afirma o secretário.
O museu está fechado para visitação devido à execução das obras de reforma, restauração e ampliação. Estão sendo realizados melhorias no telhado, piso, paredes, adequação para ibilidade das pessoas portadoras de deficiência, entre outros serviços. A previsão para conclusão da obra é de 120 dias.
Dentro do espaço, existem mais de 2.170 peças, tais como pinturas sobre tela, cal e madeira, livros, recortes de jornais, documentos, objetos pessoais e mobiliário. As pinturas estão conservadas em uma sala cedida pelo Exército no 38° Batalhão de Infantaria, na Prainha.
Biografia
Nascido em 04 de março de 1885, em Barbacena, Minas Gerais, Homero Massena era filho de capixaba e ou quase toda sua infância em Vila Velha. Aos 15 anos, descobriu sua vocação artística e frequentou os cursos de pintura, urbanismo e decoração na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Também estudou pintura na Europa, na Academia Julian, em Paris.
Antes de se tornar artista, estudou Odontologia no Rio de Janeiro, mas não permaneceu por muito tempo na profissão. Chegou a trabalhar como jornalista e redator nos jornais A Batalha, O País, Jornal do Comércio e A Tarde. Foi também prefeito da cidade de Bonfim, em Minas Gerais. Em 1951 foi convidado pelo governador do Espírito Santo, Jones dos Santos Neves, para inaugurar e dirigir a Escola de Belas-Artes do Estado e ou a morar na casa onde hoje está localizado um museu em sua memória.
A casa onde fica o museu foi construída aproximadamente na década de 1940. O artista mudou-se para lá em 1951, aos 66 anos de idade. A estrutura foi tombada como patrimônio cultural da região ainda nos anos 1980, pouco após sua morte, em 1974.
Homero Massena trouxe a técnica impressionista para o Espírito Santo e é o maior nome e referência para os artistas capixabas. Ele tinha um amor declarado por Vila Velha e dizia que “para se viver bem, tem que ser em Paris ou em Vila Velha”, deixando bem clara sua paixão pelo município.
