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Feu Rosa é transformado pelo colorido do grafite

Artistas brasileiros e argentinos se espalham pelo bairro na 4ª edição do Festival Origraffes. A programação é gratuita.

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Casas e escolas do de Feu Rosa receberão a arte dos grafiteiros. Foto: Weverson Costa/Paradise Fotografia

O colorido das casas, muros e escolas de Feu Rosa, na Serra, reflete a arte de uma turma de grafiteiros dedicados em tornar o local um verdadeiro museu a céu aberto. Assim como aconteceu em Wynwood, famoso bairro de Miami com uma das maiores instalações de arte de rua do mundo; em Feu Rosa, a união de artistas brasileiros e de um argentino quer também fazer a transformação cultural por lá.

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Serão dias movimentados, com mais de 200 grafiteiros daqui, de outras cidades do Brasil e da Argentina registrando sua arte pelas ruas do bairro. E eles não estarão sozinhos. Shows de rap, batalhas de MC’s, break dance e workshops de stickers, popularmente conhecidos como adesivos, estarão reunidos na quarta edição do Festival Origraffes, até domingo (dia 21). A programação é gratuita.

Para receber os profissionais, as escolas da comunidades abriram seus portões para hospedar os artistas e, seus muros, a arte. A comunidade também terá em suas casas o colorido e traços modernos dos profissionais.

“Acabamos criando um laço com Feu Rosa, pois sempre fizemos nossas intervenções lá. Inclusive, tudo começou nas ruas do bairro”, conta Starley Bonfim, criador e organizador do Origraffes, com o apoio dos outros quatros membros do coletivo F.G Crew.

Ainda com estigma de ser um bairro com muitos registros de violência, Starley acredita que o evento é uma oportunidade de mudar a imagem do local, muitas vezes associado apenas ao crime. “Houve um certo preconceito dos moradores (com o grafite), mas, depois, foram se acostumando e vivendo aquilo com a gente”, relembra.

“Ainda existem setores da sociedade que insistem em marginalizar o grafite e ir na contramão de tudo o que está acontecendo fora do país, onde ele é visto como uma arte de ponta, que dialoga com os espaços urbanos. Aqui, é criminalizado e marginalizado. Queremos desmistificar essa impressão”, diz.

Além disso, o grafiteiro defende que o festival pode expandir a concepção do conceito de arte, saindo do lugar comum, como museus e galerias. “Nossa proposta é democratizar o o, para aproximar as pessoas comuns da arte”.

Grafite Feu Rosa

Festival quer tornar Feu Rosa um museu a céu aberto. Foto: Weverson Costa/Paradise Fotografia

Bate-papo
Além do evento realizado em Feu Rosa, a street art ganha voz no bate-papo com o MC Marechal, MC Lola e Thiago El Niño, amanhã, às 19h, no Mucane (Museu do), em Vitória. Eles abordarão como é ser um MC.

“Mais do que jogar tinta na parede e grafitar, o festival tem preocupação com a formação dos participantes… Vários jovens tiveram suas vidas salvas devido aos movimentos oriundos das ruas. Queremos que seja uma oportunidade para que eles sejam mais esclarecidos quanto ao seu papel na sociedade”, afirma Starley.

Embora os laços do coletivo sejam firmes, a edição é uma despedida do bairro. A partir do ano que vem, o festival será itinerante. “O bairro já não comporta mais a quantidade de pessoas. Acabávamos apagando o grafite dos anos anteriores para fazer outros. Agora, poderemos captar recursos para manter tornar a iniciativa ainda maior”.

Mais informações no site do festival, ou em sua página no Facebook e Instagram.