A receita e a beleza do samba de Fábio Pinel

Se tem uma coisa que é a cara do samba atual, especialmente aquele que começou a deslanchar nos bares da Grande Vitória, são as notas tiradas no cavaquinho pelo sambista Fábio Pinel. Já consolidado na cena capixaba, o cantor faz sua estreia autoral com o disco “O Dom de Cantar”, disponível nas plataformas de streaming.

Fábio se apresenta todos os sábados no Divino Botequim, em Vitória. Foto: Divulgação

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Em oito canções que abordam a simplicidade da vida, Fábio cai num samba alegre e de raiz. Em “Velha Cidade”, por exemplo, canta com Aladim Pinel — seu pai — sobre a infância em Minas Gerais, onde nasceu. Por outro lado, em “Receita de Bolo”, incorpora o trombone de Joabe Reis apenas para ensinar a preparação do alimento.

Além desses nomes, outras parcerias que o músico traz são com Carlos Papel (“Você vai ver’) e com Chico Chagas (“Primeira Flor”). Já no formato solo, completam a lista as composições “Clementina do Brasil”, homenageando Clementina de Jesus; “Roda dos Bambas”, “Vida Boêmia” e a faixa que dá nome ao álbum.

Autodidata, o sambista bebe na fonte de Noel Rosa, Cartola, Zeca Pagodinho e Beth Carvalho desde os 13 anos, quando tocou profissionalmente pela primeira vez. Por isso, não faltam cavaquinhos, cuícas e pandeiros no álbum, cujo som ainda resgata influências de João Nogueira e da música latina, com Pablo Milanés.

“Até o momento, esse é o o mais importante da minha carreira. Gosto de cantar outros gêneros, mas quero caminhar mesmo é no samba. Estou muito feliz”, conta o artista, que participou de duas bandas e, hoje, segue individualmente.

Desde o ano de 2016, Fábio se apresenta todos os sábados no Divino Botequim, em Vitória. Por lá, convida amigos para interpretar canções autorais e homenagear outros cânones do samba. Fique de olho!