fbpx

Coluna Vitor Vogas

Rigoni declara apoio a Casagrande: “Manato está longe de ser exemplo de político e de cristão”

Para deputado federal e presidente do União Brasil no ES, candidato do PL representa “risco de retrocesso” para o Estado e “volta do crime organizado”. Ele citou demissão de Manato do governo Bolsonaro “por incompetência” e participação do candidato na Scuderie Le Cocq no ado

Publicado

em

O deputado federal Felipe Rigoni, presidente do União Brasil no Espírito Santo, declarou apoio ao governador Renato Casagrande (PSB) na noite desta terça-feira (4). A declaração foi dada em um vídeo postado por Rigoni em suas redes sociais. Segundo Rigoni, Manato “está longe de ser exemplo de político e de cristão” e de representar uma mudança segura para o Espírito Santo. Para ele, o candidato do PL representa “risco de retrocesso” e “a volta do crime organizado” ao comando no Estado.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

“Como todos sabem, sou uma pessoa super serena. Sempre tento trabalhar com equilíbrio e sem me envolver em polêmicas, mas dessa vez é impossível. Hoje, infelizmente, no Espírito Santo, vivemos uma ameaça real de retrocesso no governo do Estado e nós não podemos deixar que isso aconteça. É por isso que, no segundo turno, estarei ao lado do atual governador, Renato Casagrande (PSB).”

Receba as notícias da coluna no grupo de Whatsapp do Vítor Vogas.

Rigoni afirmou que Manato ou 16 anos na Câmara Federal “sem entregas significativas para a sociedade”. E lembrou que o ex-deputado foi demitido, no próprio governo Bolsonaro, do cargo comissionado que chegou a ocupar na Casa Civil (à época comandada por Onyx Lorenzoni), já nos primeiros meses da istração. Manato era um dos encarregados da articulação política com a Câmara. Com cinco meses no cargo, foi exonerado. Segundo Rigoni, o motivo da demissão foi incompetência, com base em nota divulgada pela própria Casa Civil.

“Manato foi demitido do próprio governo Jair Bolsonaro do seu cargo na Casa Civil. E o motivo foi incompetência: não apresentou resultados suficientes, como a própria pasta já disse em nota.”

> Manato mostra as suas armas contra Casagrande no 2º turno

O deputado ainda enfatizou a participação de Manato, no ado, na Scuderie Le Cocq, o mais conhecido grupo de extermínio do Espírito Santo na época.

“Manato fazia parte da Scuderie Le Cocq, que era o principal grupo de extermínio do Espírito Santo nos anos 1990. Foram registradas mais de 1,5 mil mortes realizadas por esse grupo aqui no Estado. O próprio Manato já confirmou ter participado do grupo numa reportagem exibida na imprensa. Ele está longe de ser exemplo de político e de cristão, como ele mesmo tanto diz.”

> Casagrande ou Manato? Veja quem venceu o 1º turno em cada cidade do ES

Para Rigoni, “nós não podemos voltar para a era do crime organizado, que assombrou o Espírito Santo até os anos 2000. Pessoas morreram. O desemprego estava nas alturas. O Espírito Santo era uma bagunça, com salários atrasados, o Estado inchado e tantos outros problemas. Eu quero para os capixabas de agora e para os meus futuros filhos um Estado estável e não aquele que tínhamos até os anos 2000.”

Rigoni conclui pedindo votos para Casagrande:

“Se você não apoia o atual governador, eu peço que vote nele, para que esse tempo não volte para o nosso Estado e pala confiança que você tem em mim.”

Com 63.362 votos no último domingo, Rigoni foi o 7º candidato a deputado federal mais votado no Espírito Santo, mas não conseguiu se reeleger por causa da legenda.

> Audifax perde eleição na Serra. Guerino vence em Linhares

Em 2018, ele se elegeu pelo PSB de Casagrande. Entrou no partido a convite do atual governador e teve o filho de Casagrande, Victor, como um dos principais auxiliares em sua equipe de campanha naquele ano. No meio do mandato, Rigoni se desentendeu com a direção nacional do PSB e conseguiu, junto ao TSE, liberação para trocar de sigla sem perder o mandato na Câmara.

Até o fim de julho, o deputado era pré-candidato a governador. Em março, lançou a pré-campanha ao Palácio Anchieta dizendo que “o ciclo de revezamento de Paulo Hartung e Renato Casagrande no poder havia chegado ao fim”.

Em parte da mensagem endereçada aos apoiadores, ele meio que explicou essa posição:

“Eu sempre falei que Paulo [Hartung] e Renato [Casagrande] cumpriram tarefas importantes para o Espírito Santo e que, se fosse para ter uma mudança, teria de ser uma mudança com segurança, coisa que Manato está longe de ser.”

> Tiveram mais votos que os eleitos, mas não chegaram lá: os 22 candidatos que bateram na trave no ES

Em outra parte da mensagem, o deputado mandou um recado que pareceu dirigido a eleitores bolsonaristas propensos a votar em Manato só pelo fato de o candidato apoiar o atual presidente, enquanto Casagrande não é aliado de Bolsonaro: “Renato já provou que é possível governar com presidentes que pensam de forma diferente”.

De 2011 a 2014, no primeiro governo Casagrande, a presidente era Dilma Rousseff (PT). No segundo, Bolsonaro.

LEIA TAMBÉM

> Sobe e desce (parte 1): veja quem são os maiores vencedores desta eleição no ES

> Sobe e desce (parte 2): veja quem são os maiores derrotados desta eleição no ES

> Os deputados e os partidos que mais se fortalecem na Assembleia

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.