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Deputados cortam mensalidade escolar. E por que não cortam os próprios salários?
Entra em vigor nesta terça-feira, dia 23, a lei de redução das mensalidades escolares, promulgada pela Mesa da Assembleia Legislativa. De modo geral, ela estabelece um corte de 30% nos valores cobrados pelas escolas. Advogados e especialistas apontam ilegalidades no texto. Certamente haverá recursos por parte das escolas, mais um gasto nesse período complicado pelo qual amos. Não há dúvidas sobre a necessidade de as escolas reverem suas cobranças diante da ausência das aulas, suspensas por conta da pandemia. Mesmo porque, se não houver acordo com os pais, muitos deles serão levados a tirar seus filhos das escolas ou simplesmente ficarão inadimplentes. Mas a intromissão do estado, via Assembleia, nos valores cobrados por empresas de iniciativa privada é totalmente questionável. A redução imposta pelo Legislativo às escolas nos leva a outra questão: se a Assembleia considera justo cortar 30% das mensalidades, por que estabeleceu um corte de apenas 4% no seu orçamento, a título de colaborar com o esforço do governo estadual na sua tarefa de adequar os gastos públicos à queda brutal da arrecadação deste ano? Tão rígidos e rápidos na hora de definir limite para o preço das mensalidades escolares, os deputados estaduais espertamente são frouxos e lentos para tratar de proposta existente na Casa, estabelecendo um corte também de 30% no salário dos parlamentares. São tigres para definir a redução do ganho alheio e gatinhos na hora de cortar nos próprios ganhos.
Recordar é preciso
Bom lembrar: no início de maio, os deputados estaduais rejeitaram a proposta de tramitação em regime de urgência do projeto do deputado Luciano Machado (PV) propondo corte de 30% no salário dos parlamentares. O texto foi chamado de “populista, oportunista” e gerou bate-boca na sessão virtual da Assembleia. O projeto foi engavetado e não se falou no assunto…
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Número triste. E preocupante…
O Espírito Santo registrou 59 mortos pela covid-19 nesta segunda-feira, dia 22. O maior número diário já registrado até aqui. Além de triste, o dado é preocupante porque aconteceu num início de semana, quando normalmente os números são menores. Vamos ver como serão os próximos dias.
Mais mortos, mais leitos
Pode ser apenas uma coincidência, mas o recorde no número de mortos acontece no mesmo momento em que o estado experimenta uma situação um pouco mais confortável no número de leitos reservados para o tratamento de covid. O índice geral está em 81,72%.
Quadro melhor no Sul do estado
A ocupação de leitos para covid no região Sul do estado atingiu seu mais baixo patamar nas últimas semanas. Segundo o da Sesa, dos 74 leitos de UTI disponíveis, 47 estão ocupados, um índice de 63,51%.
Um certo celular
Atenção, muita atenção para um celular recentemente trazido para o Brasil. Trata-se do aparelho enviado para os Estados Unidos por Gustavo Bebianno. Ele guarda um ano e meio de conversas entre Bebianno, ex-aliado de Jair Bolsonaro, e o presidente.
Mistério
Presidente do PSL na época da campanha eleitoral e ex-ministro do governo Bolsonaro, Bebianno enviou o celular para os Estados Unidos, para ficar com sua irmã. E a orientação era para o aparelho ser repatriado caso algo ocorresse com ele. Bebianno morreu no início de março, de infarto, em seu sítio no Rio. Tinha 54 anos.
A afirmação
“Foi uma questão humanitária. Porque uma pessoa que está abandonada, uma pessoa sem recursos financeiros, uma pessoa com problemas de saúde e que o local era perto.”
(Frederico Wassef, mostrando seu lado de irmã Dulce, em nova entrevista, agora para o SBT. Wassef deve ser a figura polêmica mais fácil de entrevistar na história recente do país…)
A imagem

Ex-ministro Abraham Weintraub nos Estados Unidos. Foto: rede social
O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, postou foto em frente a uma rede de fast food nos Estados Unidos. Sua estada pode não ser tão longa quando planejado. A indicação dele para o Banco Mundial corre risco. Numa atitude rara, alguns países têm se mostrado contra a indicação do ex-ministro para o cargo de diretor do banco. Colômbia, Equador e Suriname já deram sinais de veto. Paulo Guedes já deixou claro: não vai entrar nessa briga e, se houver restrições, vai buscar outro nome…
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