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Decisões de um mundo de pós pandemia

Publicado

em

  • Por Alefe Gadioli

Talvez, desde o 11 de setembro ou a crise de 2008, com o colapso dos Lehman Brothers, a pandemia do coronavírus é o evento que mais abalou o mundo, e ainda não podemos medir suas consequências.

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Uma coisa podemos afirmar: como essa pandemia destruiu vidas, desestabilizou mercados e expôs a competência (ou não) dos governos, ela levará a mudanças permanentes em muitos poderes políticos e econômicos.

A experiência até o momento, com essa crise, mostrou que países autoritários ou populistas não souberam lidar com a situação; por outro lado, países democráticos, como Coréia do Sul, Taiwan e Japão, responderam mais cedo e com sucesso. Porém, a pandemia não vai mudar a natureza fundamentalista conflituosa da política mundial, afinal, nenhuma das crises anteriores acabou com as rivalidades entre países. Muito provavelmente, veremos um recuo na globalização e um avanço no nacionalismo e no protecionismo.

Mas, ainda assim, temos alguns avanços, tais como a queda de algumas barreiras artificiais da tecnologia. Muitas áreas que pensávamos ser impossível de se tornarem virtuais, hoje estão atuando na internet graças a algumas ferramentas on-line. A telemedicina é um grande exemplo, pois os profissionais da saúde conseguem se comunicar com o paciente a distância, dando atenção como “se fosse” presencial, receitando remédios, exames etc. Na área da educação, a resistência que se existia precisou ser derrubada devido à pandemia. Isso sem contar outros exemplos, como shows, reuniões, palestras.

A resiliência será a palavra das empresas que sobreviverem a essa crise. Muitas delas pensarão mais em diversificar os seus fornecedores para se protegerem contra uma interrupção de suprimentos, ou ainda criar diferentes estratégias para chegar mais perto do seu cliente. Elas terão que criar redundâncias em sua cadeia produtiva e repensar a ideia de zero estoque. Mas, quando essa crise ar (e ela vai), as organizações que souberam lidar com ela estarão no topo da lista dos investidores.

Além disso, pode haver algumas mudanças de comportamento dos consumidores em relação à distância física, à saúde, ao desejo e à privacidade. Um exemplo, o aumento da conscientização sobre saúde e a questão do desejo estão diretamente ligados a mudanças de como, onde e o que as pessoas comem. A preocupação com a possibilidade de outra crise acontecer pode mudar a maneira de como as pessoas lidam com a segurança financeira, fazendo com que economizem mais e gastem menos.

O fato é que as decisões tomadas durante a crise podem levar a menos prosperidades, como um crescimento mais lento, desigualdades, burocracias, entre outros fatores. Por outro lado, muitas decisões podem levar a uma exploração nas áreas de inovação e de produtividade, tornando as indústrias mais resilientes e os governos mais inteligentes. O futuro é uma questão de inúmeras escolhas nossas como indivíduos, empresas, governos e instituições.

Enfim, o coronavírus não irá acabar com o mundo, mas vai mudá-lo. Todos terão que se readaptar para ter sucesso. E, para vencer essa guerra, precisamos de otimismo e de perseverança para tomar as decisões corretas que vão construir o nosso futuro.

Sobre o autor

Alefe Gadioli. Foto: Divulgação

Alefe Gadioli. Foto: Divulgação

Alefe Gadioli é formado em Engenharia Mecânica. Atualmente é Gerente de Tecnologias da Lótus Investimentos e membro do IBEF Academy.

IBEF Academy

O IBEF Academy é o programa de auto formação do IBEF-ES, com foco em gestão, economia, finanças e filosofia. Seu objetivo é contribuir para a evolução do ambiente de negócios no Espírito Santo, qualificando profissionais e fortalecendo o ecossistema econômico e financeiro do estado.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.