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Decisão de Casagrande desagrada setor de shoppings

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Ainda não há sinais de estabilização da curva indicadora dos casos da covid-19 no estado. Há uma expectativa de pico da doença até o final deste mês, disse nesta terça-feira, dia 11, o secretário estadual da Saúde. Mas a oferta do número de leitos disponíveis no sistema de saúde deu ao governador Renato Casagrande argumento para decidir pela reabertura parcial do comércio na Grande Vitória. A partir desta segunda-feira, dia 11, as lojas de rua poderão abrir, numa espécie de rodízio (alguns setores funcionam em determinados dias da semana, outros, em outros dias).

Não é a solução desejada por muitos comerciantes. E menos ainda pelo setor de shoppings centers: seus representantes afirmam não haver coerência na medida anunciada pelo governo. Porque junto com ela veio um alerta: se houver aglomerações, o comércio será novamente fechado e haverá a possibilidade, inclusive, de adoção de medidas mais rígidas. Pois bem, os representantes dos shoppings lançam um desafio: onde é mais fácil controlar o fluxo de pessoas, na entrada dos centros de compra ou em áreas como, por exemplo, a região da Glória, em Vila Velha? Enquanto os shoppings podem controlar o número de pessoas dentro do seu espaço, não há como monitorar a quantidade de clientes nas ruas com grande número de lojas. A fiscalização da frequência dos clientes é muito mais fácil nos shoppings. E a verificação dos cuidados contra a transmissão do vírus por parte das lojas e dos lojistas nos contatos com os clientes também seria bem mais facilitada.

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“Os shoppings e os lojistas estão preparados para reabrir. Com álcool gel, marcadores de fila, praças de alimentação funcionarão com metade da capacidade, enfim, tudo pronto para receber os clientes com todos os cuidados”, diz Raphael Brotto, coordenador regional da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

O sentimento entre lojistas e diretores de shoppings é de tratamento desigual por parte do governo: os comerciantes de rua foram beneficiados mesmo sem oferecer as garantias de controle do fluxo de clientes, possíveis de serem adotadas pelos centros de compra. É como se tivesse ocorrido uma interpretação a respeito da situação vivida pelos setores, com o entendimento, por parte do governo, da existência de comerciantes mais ‘necessitados’ da reabertura do que outros. É um equívoco, porque, com exceção das grandes redes e lojas, grande parte dos lojistas de shopping lutam com dificuldades parecidas com as dos comerciantes de rua.

Por que houve essa escolha por parte do governo? Não houve uma explicação clara até o momento. Mas o governador Renato Casagrande afirmou, ao explicar a abertura do comércio de rua em sistema de rodízio. “Até agora, toda a responsabilidade do isolamento recaía sobre o comércio. Agora, esse peso será distribuído entre serviços, indústria, comércio, pessoas físicas e a istração pública”, disse o governador em seu pronunciamento na sexta-feira, dia 8. Para os responsáveis pelos shoppings, o governador se equivocou, porque no comércio a pandemia continua pesando única e exclusivamente sobre os ombros dos lojas e os es dos centros de compra. Eles querem saber se esse esquecimento será corrigido nesta semana. Aguardam essa decisão com a ansiedade e a dificuldade de quem teve seus rendimentos zerados repentinamente há quase dois meses.

Antonio Carlos Leite

Antonio Carlos tem 32 anos de jornalismo. E um tempo bem maior no acompanhamento das notícias. Já viu muitos acontecimentos espantosos. Mas sempre se sente surpreendido por novos fatos, porque o inesperado é a maior qualidade das coberturas jornalísticas. E também da vida...

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