Como se saiu o outro PT (Partido da Tornozeleira) na Grande Vitória?

Armandinho Fontoura, em seu ato de filiação ao PL, entre o deputado Gilvan da Federal e o pastor Carlos Salvador

Nestas eleições municipais, um candidato a prefeito e três candidatos a vereador tiveram um ponto em comum: juntos, mas separados (até porque não podem se comunicar), concorreram por uma versão alternativa do PT: o Partido da Tornozeleira. Por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, os quatro são obrigados a usar tornozeleira eletrônica desde dezembro de 2023. Estamos falando do deputado estadual Capitão Assumção (PL), do vereador de Vitória afastado Armandinho Fontoura (PL), do pastor Fabiano Oliveira (PL) e do empresário Max Pitangui (PRD).

Os quatro são investigados no inquérito das fake news, que tramita em segredo de Justiça no Supremo, sob relatoria de Moraes. Por decisão do mesmo ministro, acolhendo pedido do MPES em dezembro de 2022, os quatro chegaram a cumprir meses em prisão preventiva. No fim do ano ado, Moraes substituiu a privação de liberdade por uma série de medidas cautelares, entre as quais o uso obrigatório da tornozeleira eletrônica para que a Justiça possa monitorar seus os.

Dos quatro, dois tiveram sucesso nas urnas, enquanto os outros dois não foram tão felizes.

A volta do que não foi

Eleito para o primeiro mandato de vereador de Vitória em 2020, Armandinho, tecnicamente, não chegou a perder o atual mandato. Mas, por decisões da Justiça Estadual, foi afastado do cargo (quando já estava preso) no comecinho de 2023.

Após ser libertado e se filiar ao PL, Armandinho decidiu se candidatar de novo ao mesmo cargo. Agora voltará à Câmara, a partir de 1º de janeiro, pelo voto popular e independentemente de qualquer decisão judicial. O afastamento decretado pela Justiça só vale para o atual mandato.

Armandinho foi o 9º candidato a vereador mais votado para a Câmara de Vitória, com 3.076 votos. Teve um resultado bom, mas até um pouco abaixo do que este colunista esperava (devido à ampla visibilidade que seu caso deu a ele).

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O capitão voltou… a perder

Também em Vitória, o Capitão Assumção disputou o cargo de prefeito pela segunda vez seguida (a primeira foi em 2020). E, pela segunda vez, não obteve êxito.

O candidato do PL recebeu 17.946 votos (9,55% dos válidos). Foi o 4º colocado, atrás do reeleito Lorenzo Pazolini (Republicanos), de João Coser (PT) e de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).

Pastor eleito em Vila Velha; empresário mal votado na Serra

Em Vila Velha, o pastor Fabiano Oliveira foi candidato a vereador pelo PL. Conseguiu se eleger para seu primeiro mandato, com 2.964 votos.

Na Serra, o empresário Max Pitangui postulou uma das 23 cadeiras na Câmara Municipal, pelo PRD. Foi muito mal votado, com apenas 337 sufrágios.

Vereadora do PT é a segunda mais votada da história da Câmara de Vitória

Nem tudo foram más notícias para a família Coser na noite desse domingo em Vitória. Enquanto o deputado estadual João Coser (PT) não conseguiu ar para o 2º turno, sua filha, Karla Coser, também do PT, sagrou-se a vereadora mais votada desta eleição parlamentar na Capital.

Não só isso: reeleita para o segundo mandato com 7.256 votos, a advogada tornou-se a mulher mais votada da história da Câmara de Vitória (superando o recorde anterior de Camila Valadão, do PSol, em 2020) e a segunda pessoa mais votada da história da Casa.

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O título de campeão de todos os tempos segue com o atual deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), detentor das duas melhores marcas históricas: 8.955 votos em 2012 e 7.611 votos em 2016.

Karla superou por pouco a marca do hoje deputado estadual Denninho Silva (União Brasil), o candidato a vereador mais votado de Vitória em 2020, com 7.213.

Bancada do PT cresce na CMV

Além disso, na próxima legislatura (2025-2028), Karla terá companhia na bancada do PT: Professor Jocelino, líder comunitário do morro da Piedade, no Centro de Vitória, também foi eleito. Aos 33 anos, o estreante foi o 9º candidato a vereador mais votado na Capital, com 3.251 votos.

A curiosidade é que na eleição municipal ada, em 2020, Jocelino não “tirou” de Karla a única vaga da chapa do PT por uma diferença mínima. Teve coisa de 20 votos a menos que a filha de João Coser. Agora, os dois entraram juntos.

Novo elege três primeiros vereadores de sua história no ES

Já o partido Novo conseguiu, nesta eleição municipal, a mesma “façanha” lograda pelo PSol na eleição municipal ada (com Camila Valadão): elegeu não só os primeiros vereadores, mas os primeiro candidatos do partido a qualquer cargo eletivo em todo o Espírito Santo. Foram três edis.

Um deles é o vereador de Vitória Leonardo Monjardim, reeleito para o segundo mandato na CMV. Na verdade, Monjardim já está filiado ao Novo e já exerce o atual mandato pela sigla. Mas não chegou à Câmara de Vitória pelo Novo, e sim pelo Patriota, como suplente de Gilvan da Federal, em dezembro de 2022.

Na janela partidária de março deste ano, o vereador se filiou ao Novo. E agora, pelo partido, exercerá o próximo mandato, de 2025 a 2028.

Os outros dois vereadores eleitos pelo Novo são João Batista, em Venda Nova do Imigrante (Região Serrana), e Sidimar, em Ibatiba (Caparaó).

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A bancada de Arnaldinho em Vila Velha

Além da ótima votação pessoal para prefeito, com quase 80% dos votos válidos, o prefeito Arnaldinho Borgo também alcançou excelente resultado na Câmara de Vila Velha. Chama a atenção em especial o desempenho da chapa do partido do prefeito: o Podemos elegeu nada menos que seis dos próximos 21 vereadores. Cinco deles figuram entre os dez mais votados.

A chapa do Podemos ainda teve três candidatos a vereador mais votados individualmente que o vereador que entrou com a mais baixa votação: Rafael Primo, do PT. Ele teve 1.710 votos e entrou pelo quociente eleitoral.

PT quebra jejum de 12 anos em Vila Velha

A propósito, com a vitória de Rafael Primo, o PT volta a eleger um vereador na Câmara de Vila Velha, após ter ado em branco nas últimas duas eleições municipais (2016 e 2020). O último vereador eleito pela agremiação havia sido Zé Nilton, em 2012.

Filho de Neucimar não se elege

Ainda em Vila Velha, quem não foi tão feliz foi o ex-prefeito Neucimar Fraga (PP). Com 1.901 votos, seu filho, Lucas Fraga, ficou como 2º suplente da bancada do PP. Ele nunca exerceu mandato eletivo.

Enquanto isso, o cidadão canela-verde verá, em janeiro, o “retorno triunfal” do ex-vereador e ex-deputado estadual Hércules Silveira (PP),candidato a vereador mais votado da cidade aos 85 anos, com 7.275 sufrágios.

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Outro velho conhecido que volta à Câmara de Vila Velha é o ex-vereador Ivan Carlini, 64 anos. Com 3.066 votos, ele foi o 13º mais votado.

Eleito desta vez pelo Podemos de Arnaldinho, Don Ivan presidiu a CMVV por seis biênios consecutivos, entre 2009 e 2020. Quatro anos atrás, mesmo bem votado, não conseguiu ficar com uma das vagas. Agora à Casa torna, após uma quadra sabática.

PDT faz a festa na Câmara da Serra

Já na Câmara da Serra, quem impressionou pelo resultado foi o PDT do atual prefeito, Sergio Vidigal. A sigla emplacou a maior bancada, com cinco dos 23 vereadores eleitos. Os cinco ficaram entre os dez mais votados, incluindo o campeão de votos, Saulinho da Academia, atual presidente da Câmara, com 8.241.

Será uma ajuda e tanto para o candidato do PDT e de Vidigal, Weverson Meireles, no 2º turno contra Pablo Muribeca (Republicanos).