Coluna André Andrès
Vinho ‘capixaba’ ganha 90 pontos de James Suckling
Um tinto produzido pela vinícola Tagua Tagua, no Chile, sob coordenação de Vanderlei Martins, foi muito bem avaliado pelo crítico inglês

O crítico de vinhos James Suckling. Foto: Reprodução

Foto: Divulgação
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
O crítico norte-americano James Suckling acaba de conferir 90 pontos ao Manke Gran Reserva, um blend de Cabernet Sauvignon, Merlot e Carménère. O vinho é chileno de produção e capixaba de coração. Explicando melhor: ele é produzido pela vinícola Tagua Tagua sob orientação de Vanderlei Martins. Responsável pela seleção de produtos adquiridos pelos Supermercados Carone, Vanderlei dedica especial atenção aos vinhos. Nesta semana, por exemplo, ele estava em um giro pela Europa para participar de feira, visitar vinícolas, conhecer muitos rótulos. Ele se associou à Tagua Tagua para desenvolver um rótulo exclusivo. Vanderlei coordenou todo o processo, da escolha da casta à produção final, ando, por exemplo, pela composição do blend. O trabalho resultou em três vinhos: um vinho de entrada, um reserva e o gran reserva, pontuado por Suckling. E um detalhe importantíssimo: os vinhos têm ótimo preço, variam entre R$ 35 e R$ 90. A pontuação premia a ponte entre os apreciadores de vinhos do Espírito Santo com os produtores chilenos, construída de forma sólida já há alguns anos.
Você pode estar se perguntando: mas esse tipo de associação é comum? Bem, para a maioria dos consumidores, a produção de um vinho acontece sob orientação de um determinado enólogo, condutor dos trabalhos da vinícola. E mais: da colheita ao engarrafamento, tudo acontece na vinícola. Nem sempre é assim. Aliás, é cada vez mais comum não ser assim. Os exemplos são vários. Apontado como um dos melhores tintos produzidos recentemente no país, o Sacramentos Sabina Syrah tem uvas colhidas na Serra da Mantiqueira, em Minas, e sua produção acontece no Rio Grande do Sul, sob coordenação do enólogo uruguaio Alejandro Cardozo. O movimento contrário também acontece: os winehunters (caçadores de vinhos, profissionais especializados em “caçar” rótulos em várias partes do planeta para grandes importadores) Manu Brandão e Vicente Jorge desenvolveram uma linha de vinhos, a Enclos du Winehunters, produzidos em parceria com vinícolas da França, Chile e África do Sul. Os dois fazem provas e definem a elaboração dos vinhos a serem produzidos pela vinícola. A garrafa recebe o rótulo dos dois “caçadores”.
Foi essa a linha adotada por Vanderlei Martins: a associação com uma vinícola capaz de produzir um rótulo exclusivo de um bom vinho, com bom custo, para oferecer aos consumidores do estado. James Suckling definiu desta forma o Manke Gran Reserva: “Cerejas condimentadas e tapenade (pasta de azeitonas) ao nariz é seguido de um paladar suculento e crocante. Taninos firmes e carinhosos dão uma estrutura sólida sem ressecar a fruta. 50% Cabernet Sauvignon, 30% Merlot e 20% Carménère. Beba agora.”
Quem é James Suckling
James Suckling trabalhou para a Wine Spectator, uma das revistas mais respeitadas do mundo do vinho, por mais de 30 anos, onde foi editor-chefe e um dos principais críticos. Ele também escreveu diversos livros sobre o tema, incluindo “The Wine Spectator’s Ultimate Guide to Buying Wine” e “Great Wines of Italy”.
Vinho: Manke Gran Reserva
Quanto custa: R$ 90
Onde encontrar: Carone
Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.
